quarta-feira, 18 de junho de 2008

Nos caminhos do Guerreiro

Ogum é o arquétipo do guerreiro. É pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão. É o dono do Obé (faca) por isso nas oferendas rituais vem logo após Exú porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos (Um símbolo de Ogum sempre visível é o màrìwò (mariô) - folhas do dendezeiro (igi öpë) desfiadas, que são colocadas sobre as portas das casas de candomblé como símbolo de sua proteção). Dizemos que Ogum é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.

É a senhor da viagem, a estrada longa, é o veiculo!! Ogun é a jornada, a empreitada, a luta do dia-a-dia. É a estrada de ferro, o impacto do trem nos trilhos. Ele é o próprio trem, ele é o próprio trilho! Ogum é a franqueza, a decisão a convicção, a certeza, o fato consumado. É também a bateria que gera energia, é a própria energia... Ogum é sua vida em plenitude. É o amianto, o aço, o ferro, a bauxita,o maganês, o carvão mineral, o ouro a prata, o diamante sem lapidar, a lapidação, o aparelho cirúrgico. È o ato de cortar, morder e devorar sem piedade.

Ogum é um orixá importantíssimo na África e no Brasil. Sua origem, de acordo com a história, data de eras remotas. Ogum é o último imolé. Os Igba Imolé eram os duzentos deuses da direita que foram destruídos por Olodumaré após terem agido mal. A Ogum, o único Igba Imolé que restou, coube conduzir os Irun Imole, os outros quatrocentos deuses da esquerda.

Foi Ogum quem ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço. Ele tem um molho de sete instrumentos de ferro: alavanca, machado, , enxada, picareta, espada e faca, com as quais ajuda o homem a vencer a natureza. Ogun é o Orixá dos ferreiros, das guerras, da tecnologia!!!

Ogun é uma das deidades da religião yorùbá. Na santería cubana é sincretizado com São Pedro, São Paulo, São João Batista, São Miguel Arcanjo e São Rafael Arcanjo.

Era um guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré, "Rei de Irê". Tem semelhança com o vodum Gu

Qualidade de Ogun: Ògúnjà ;SoróKè ; Wari; Lakàiye ;Méjèje ; Oròminan; Olode; Onírè; Alágbède; Méjè

Dia: terça-feira;

Metal: ferro;

Cor: azul marinho ou azul escuro e/ou verde;

Comida: feijoada e inhame;

Arquétipo: impetuosos, autoritários, cautelosos, trabalhadores, desconfiados e um pouco egoístas;

Símbolos: espada, facão, corrente de ferro.

Saudação: Ogum Ieé!


P.S: O texto tem um link direto com a pg Wikipedia.


As nações da religiosidade do Candomblé


Estas informações são necessárias para entendermos o que significa o termo nação no candomblé. Uma nação de candomblé identifica-se pela maneira como realiza seus rituais, pela língua do ritual, pelo conjunto de mitos nos quais baseia seus ritos, pela maneira como toca seus tambores, pelas cantigas que canta, pelas cores que usa no vestuário dos orixás, pelas folhas sagradas que usa em suas iniciações e magias; por um corpo de práticas, símbolos e cultura, material herdado dos antepassados. Devido ao intercâmbio cultura na própria África, a cultura destes grupos e portanto também seus cultos religiosos, chegavam ao Brasil já mais ou menos misturados, o que desmistifica a idéia de pureza quanto a esta ou aquela cultura ou nação de candomblé. Tal miscigenação teve continuidade na América, devido à aproximação íntima que a situação de cativeiro provocava. Até as línguas se misturavam, numa espécie de idioma auxiliar, capaz de associá-los mais solidamente num mesmo sentido de compreensão e fraternidade. Todo Terreiro (templo) de candomblé pertence a uma “nação”. Foi em virtude das origens comuns e das associações de grupos de origem semelhante, que os cultos Afro-brasileiros se aglutinaram em basicamente três ritos (nações) religiosos: 1 Ketu, 2 Angola, 3 Jeje.

Candomblé Ketu

O candomblé que se auto denomina “de nação Ketu”, é o candomblé descendente dos cultos religiosos da região Sudanesas, de cultura yorubana. Neste culto, os deuses são chamados de orixás e representam forças da natureza como o ar, o vento, o fogo e outros. A língua ritual destes cultos é composta de fragmentos de iorubá arcaico e de alguns termos de outras línguas com as quais foi se mesclando no decorrer do tempo. Toda a simbologia do candomblé Ketu como ritmo, cores, cantigas (rezas) músicas, comidas rituais e, fundamentalmente, o rito de iniciação, são marcados fortemente pelos valores culturais dos negros yorubanos. Originários desta cultura também são o “batuque”(forma que assumiu no Rio Grande do Sul, onde é considerado Jeje-Nagô) e o “Xangô” de Pernambuco. Famosos mães pais de santo dessa nação que reside em São Paulo.

Candomblé Angola

Este candomblé é resultado da presença dos negros bantos, da região CongoAngolesa da África, cujos deuses que cultuam chamam-se Inkices.
Também os
Inkices são a divinização e personificação da natureza na forma humanizada. As características rituais do candomblé Angola diferem das características do candomblé Ketu, mas a forma do ritual e da iniciação se assemelham muito. Como característica intrínseca da cultura banto, mais propensa à assimilação de valores estrangeiros, o candomblé Angola é fortemente marcado pelos valores brasileiros.
Isto pode ser notado na língua ritual, o
Kimbundo ou Umbundo, línguas angolanas, muito mescladas ao português, e pelo culto de entidades “brasileiras” como os caboclos (índios) e boiadeiros. Outras formas religiosas derivadas deste grupo são a cabula, a macumba, o candomblé de caboclo, o catimbó, a pagelança e a cura. Estes últimos mais sincretizados com os valores indígenas brasileiros e predominando no Norte e Nordeste brasileiros.

Candomblé Jeje

O candomblé Jeje é minoritário no Brasil. Seus deuses são o voduns, cultuados como nobres famílias mitológicas, associadas cada uma delas aos elementos da natureza. Seu ritual difere muito dos dois anteriores em todos os sentidos. Na região do Pará e do Maranhão este culto tomou uma forma específica, conhecida como “tambor de mina”. O termo “mina” se referem à origem dos escravos que o trouxeram para o Brasil, que permaneciam presos no forte português São Jorge da Mina, na África Ocidental, até o embarque para o Brasil.
Além destas, existem várias combinações destes três tipos básicos, que são formadas a partir do trânsito dos religiosos entre um e outro grupo। Na maioria dos cultos um modelo de rito pode ser apreendido tomando-se como paradigma o rito
Ketu. No qual me refiro aqui.
Outros cultos se aproximarão mais ou menos deste modelo, mas ele é representativo dos cultos
afro – brasileiros em geral, excetuando-se a umbanda, fortemente marcada pelos valores do catolicismo popular e do kardecismo.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Rainha dos Raios



A história de Iansã conta que uma menina, de tão serelepe, encantou Odé, o caçador, que acabou por compra-la no mercado de Irá. Odé chamou a sapeca, de Oiá, que quer dizer: ligeira, e com ela viveu até que a morte o levou. Oiá, neste momento de dor não se entristeceu, preparou o melhor de seus quitutes, reuniu as armas e roupas do caçador, e foi ao pé de Irôco (árvore sagrada que os Iorubas consideram como sendo o caminho entre o céu e a terra) louvar e apaziguar aquele que tinha partido. E por saber tratar tão bem das almas, foi que ela ganhou o axé de poder conduzi-las ao caminho certo.
Sobre a sua lenda mais significativa, digo que são várias as lendas deste Orixá: ora ela aparece lutando por justiça, e ora por suas vontades, mas uma em particular mostra o seu gosto pela liberdade. Conta a lenda: Ogum foi caçar e quando estava pronto para abater um búfalo, se assustou em ver sair de dentro da pele do animal uma mulher linda, que se dirigiu ao rio para banhar-se. Mais que depressa escondeu-lhe a pele, e simulou poder ajuda-la. Iansã sem ter como voltar para mata casou com Ogum e teve 9 filhos, porém as outras mulheres de Ogum enciumadas por sua preferência, e desconfiadas daquele cheiro silvestre, tanto fizeram que descobriram o paradeiro da pele, e caçoaram de Iansã. Ela então, podendo voltar ao seu natural, se desfez de quem lhe zombou, abandonou Ogum e deixou seus chifres para os filhos lhe chamar em caso de uma necessidade. Iansã é assim. Ela é o vento. E vento não se pode prender com mandos ou com mentiras, mas sim, com respeito.
Sobre o seu sincretismo católico digo que Iansã foi sincretizada as santas que tiveram em sua história, a luta por justiça. Delas, Joana Darck foi lembrada, mas, como Santa Bárbara aparece em sua imagem armada de umas espada dourada, teve maior aceitação.
Sobre o axé, ou poder, de Iansã, como já foi dito aqui em sua história, é conduzir as almas descarnadas para os seus destinos de morta. Com um tipo de leque, que se confunde com um rabo de cavalo, Oiá cria a ventania e varre tudo que esta fora do lugar. Então, como axé de Iansã envolve as almas e o destino, fica fácil entender sua ligação com Omulú, o rei das almas e com Xangô, o senhor da justiça kármica.
E é por conta do axé de Xangô que Iansã também é lembrada pelos raios. E suas ofertas são realizadas nos pararaios naturais, que são as pedreiras e os Bambuzais. Assim vá a pedreira ou ao bambuzal levando suas cores, perfumes, temperos, flores , cereais ...... e peça com fé!!!!


Caracteristicas Dos Filhos De Oya:

As pessoas filhas de Iansã são audaciosas, intrigantes, autoritárias, vaidosas, pessoas sensuais, volúveis, com tendência a ter diversos relacionamentos sexuais, inclusive aventuras extraconjugais.

São extremamente ciumentas. Mas quando estão amando verdadeiramente são dedicadas a uma pessoa são extremamente companheiras.

Dados De Oya:

Cores: Vermelho,Rosa,Bordo
Metais: Cobre,Estanho,Chumbo
Predominância: Fogo,Tempestade, Furacões, Raio, Justiça Sobre Espiritos Obsessores
Dia Da Semana: Quarta-Feira
Dia Do Ano:
Sincretismo: Santa Bárbara
Saudação: Eparrêyie






quinta-feira, 12 de junho de 2008

Senhor das Demandas...


Angola gongô benguela
Monjolo capinda nina
Quiloa rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há
Um princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados num carro de boi
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola gongô benguela
Monjôlo capinda nina
Quiloa rebolo
Aqui onde estão os homens
Dum lado cana de açúcar
Do outro lado o cafezal
Ao centro senhores sentados
Vendo a colheita do algodão tão branco
Sendo colhidos por mãos negras
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Quando Zumbi chegar
O que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras
È senhor das demandas
Quando Zumbi chega e Zumbi
É quem manda
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver

Zumbi- Jorge Ben Jor

Ilê asé.. Casa de Candomblé


É uma dúvida comum entre todos os simpatizantes e até mesmo os iniciados sobre a hierarquia do terreiro de Candomblé e as quizilas... Segue logo abaixo um resumo primário da hierarquia da casa e o que pode causar as quizilas... Vale ressaltar que a hierarquia muda de acordo com a nação cultuada... " Se faz necessário conhecer e respeitar cada superior, pois humildade, compromisso é o primeiro passo para um dia se tornar um ebômi!
Leia, reflita e comente....

Para existir um Ilê (casa de candomblé), é necessário um Babalorixá ou Yialorixá, competente, iniciado dentro da lei, seguindo rigidamente ao longo dos seus anos de iniciação suas normas e preceitos, pois somente assim terá o aval, o consentimento, o axé necessário para desenvolvimento das suas atribuições, atributos esses consignados por seu iniciador no nosso plano material, e seu consequente desempenho com resultados positivos junto à sua comunidade, que só serão obtidos com a aquiescência dos orixás que os monitoram de forma permanente, permitindo ou até mesmo interrompendo uma situação de resultados realmente significativos, quer seja na sua leitura esotérica ou no trato com o povo. Como ninguém planta de manhã para colher à tarde, um Ilê com axé, é estruturado com estudo, aprendizado, dedicação, humildade, respeito e principalmente, conduta ritual, a medida que vai "merecendo" os orixás vão lhe "dando" ao ponto de se obter uma estrutura suficiente, para o início das atividades de um novo Ilê. Em alguns casos, até mesmo por falta de um controle e fiscalização, por parte de uma Confederação legitimada, decorrente da não organização dos adeptos, muitos por conveniência, tem casas que são verdadeiros comércios (não pelo fato de cobrarem algum benefício financeiro para sua manutenção e sustento) pelo exagero dos valores pedidos, se aproveitando do medo e da inocência de algumas pessoas, outras instituem total libertinagem por conveniência de seus comandantes e comandados, outras pela sua ignorância ou mal iniciação, em vez de ajudarem acabam causando um mal maior, e, infelizmente somos abrigados a conviver com essas situações que denigrem como um todo a nação candomblecista; Mas como Oxalá é sublime essas barreiras de alguma forma são superadas, não colocando em risco a religião yorubá, e tão somente fornecendo subsídios à algumas alas de algumas Igrejas, que se aproveitam desses casos de exceções para se enaltecerem e nos escrachar, com objetivos de "angariar" mais fiéis, visando uma melhoria de arrecadação, mas como Deus é único, de alguma forma nos protege e seguimos adiante. As pessoas que frequentam uma casa de candomblé, basicamente são: praticantes, simpatizantes e usuários. A procura por esta religião tanto para prática como consulta, muito é em virtude de um atendimento pessoal e individualizado, em que as pessoas tem uma participação ativa, naquele instante a pessoa não é uma a mais numa multidão, mas o centro das atenções, de uma forma que possa canalizar toda sua fé, para obtenção do seu objetivo, e frise-se, a fé é fundamental e necessária para qualquer intento, onde cada um deve fazer o melhor possível a sua parte, no caso de quem está sofrendo a ação, comparecer fisicamente com o material no dia e hora marcado, quando solicitado ou orientado para tal, e fazê-lo com muita fé e dedicação.

A hierarquia


Observância de uma hierarquia rígida é o instrumento que mantém permanentes as instituições, como o Estado, o exército, a religião... sua tradução literal expressa: ordem e subordinação dos poderes eclesiásticos, civis e militares; graduação de autoridade, correspondente às várias categorias. Em princípio, é o tempo de iniciação religiosa que conta, vale o ditado - antiguidade é posto - seguido do Oye (cargo) que a pessoa ocupe; o mais velho é sempre o mais velho, não importa que mais moço tenha seu cargo religiosos de maior importância; exceção única, feita ao Babalorixá ou Yialorixá, que por poder absoluto, está acima de todo e qualquer outro. De casa para casa ou de nação para nação, variam os cargos e seus nomes, e um ou outro detalhe da escala hierárquica, Via de regra são: - abians - por exprimir uma vontade de participar, ou escolhido a fazer parte da comunidade, recebe do babalorixá, um fio de contas "lavado" (colar ritual, símbolo do orixá do neófito), ou tenha se submetido a um bori (dar "comida" à ori , cabeça física e astral); participam no Ilê, ajudando com tarefas civis, nas festas, na limpeza e arrumação e decoração do barracão, preparo de café e almoço, alguma ajuda na cozinha ritual, onde são preparadas as oferendas dos orixás e demais tarefas afins. - Iyawô - o iniciado, também chamado de adoxú (aquele que levou adoxum ), neste período não lhes são revelados segredos, ficará recluso alguns (que variam de 7 a 21, conforme sua nação), num lugar chamado roncó ou camarinha, um quarto fechado, com algumas esteiras, é confiado aos cuidados do seu ojúbonà (pai-pequeno ou pai-criador) que o auxiliará e ensinará alguns comportamentos durante todo período da iniciação, o qual juntamente com o iniciado, manterá resguardo neste período. Em um primeiro momento é feita a raspagem do cabelo, símbolo de submissão e humildade e preparo do oxú (o alto da cabeça, a moleira astral, chacra principal do corpo humano) para as obrigações principais. Neste período o iniciado tem como objetivo principal receber axé, a qual será responsável, pelo seu aumento e manutenção, através da rígida observância, da sua conduta ritual. Completados sete anos de iniciação, os iyawôs , após fazem sua "obrigação" ritualística que os 7 anos requer, tornam-se ègbónmí (egbomi - "irmão mais velho"), e tem direito a Ter seu próprio Ilê com a benção e autorização do seu babalorixá, bem como Poderá fazer parte do grupo dos Oloiês. - Oloiês`-, podem adoxús ou não-adoxús; os OGÃS, que quer dizer - chefe - podendo em alguns casos, ter seus otuns e osis ; os postos de AXOGUN, ALABÊ, OGOTUN, AFICODÉ, IPERILODÉ, ELEMOXÓ, ILÊIGBÓ, PEJIGAN em paralelo a IYAEGBÉ, IYAKEKERÉ (mãe pequena), BABÁKEKERÊ (pai pequeno), YIÁMORÔ, AJOIÊ ou EKÉDE, DAGÃ, SIDAGÃ, em casa de Xangô, o cargo da KOLABÁ, a IYÁ SIHA (relacionado a um ato litúrgico de Oxalá), IYÁEFUN(BABÁ), IYÁLOSSAIN (BABÁ), IYÁBASÉ. Mais especificamente no ILÊ AXÉ OPÔ AFONJÁ tem os OBÁS DE XANGÔ, seis da direita (otuns), com voz e voto; seis da esquerda (osis) somente com voz. - Agbá - duas condições a um só tempo: a) antiguidade iniciática (mais de 50 anos); b) antiguidade cronológica (mais de 60 anos). - Iyálorixá - (Iyálaxé)/Babalorixá. Uma fila hierárquica, a exemplo da que acontece nas "Águas de Oxalá" assim e procede: Iyálorixá (babá), seguindo os demais Adoxú, quer sejam oloiês ou não, de acordo com o tempo de iniciação, sempre o mais velho na frente do mais moço, sendo a segunda da fila a(o) Iyáegbé (mais velho(a) adoxú do axé e segue a fila de acordo com o tempo de iniciação, atrás do último adoxú, alternando-se ogans e ajoiés, de acordo com o tempo de confirmação, atrás virão ao abians. O mais velho é tudo; sempre se é iyawô para o imediato "mais velho", no próprio "barco" (mais de um iniciado recolhido ao roncó para iniciação) de iyawôs encontramos a figura do mais velho, chamado dofono , e sucessivamente dofonitinho, fomo, fomotinho, gamo gamotinho... ao dofono é aquele a quem se pede a benção em primeiro lugar, devendo, este, contudo, ser o primeiro a servir seus demais irmãos mais moços. É muito importante o mais velho se colocar no difícil papel; é o responsável - sem que muitas vezes saiba - pelo futuro do seu mais novo, seus anseios, esperanças, fantasias...

A quizila e as proibições

A quizila é uma forma de reação negativa que atinge as pessoas, quer seja fisicamente, causando algum mal estar, ou, na vida pessoal gerando algum "atrapalho" ou perda; e, acontece quando comemos ou fazemos algo que não devemos; todos os orixás tem suas quizilas, e como filhos devemos respeitá-las, por exemplo: não devemos comer determinadas comidas, que são oferecidas aos orixás, pelo fato que, quando oferecemos à eles esta comida, eles "transformam" as energias daquela comida, em energia positiva para nós, das quais estamos precisando constantemente, portanto é comida do orixá, não nossa. A quizila, em alguns casos, é como se fosse uma "alergia" natural, que comemos alguma coisa, e imediatamente temos uma reação alérgica, porém a mais perigosa é aquela que não sentimos de imediato alguma reação, o que erradamente leva alguns filhos de santo, usarem, um sistema, Ah! Eu comi, não fez mal, não terá problema, aí é que se enganam, pois a reação virá quando menos esperam, atingindo de alguma outra forma. Os iniciados sabem o que devem respeitar, se não o fazem é por serem descomprendidos, evidente que há casos de desconhecimento, por uma má iniciação, e muito mais valor terá, se gostarmos daquilo que não podemos, pois é muito fácil se evitar, o que não gostamos. As proibições mais comuns, são com relação a determinadas comidas, temperos, folhas, bebidas, cores...
Asè pra todos!!!

domingo, 8 de junho de 2008

Orixás


Orixás são elementos da natureza, cada orixá representa uma força da natureza.

Quando cultuamos nossos orixás, cultuamos também as forças elementares oriundas da água, da terra, do ar, do fogo, etc.
Essa forças em equilíbrio produzem uma enorme energia (axé), que nos auxilia em nosso dia a dia, ajudando para que nosso destino se torne cada vez mais favorável.

Sendo assim, quando dizemos que adoramos deuses, nós nos referimos a estarmos adorando as forças da natureza, forças essas pertencentes a criação do grande pai. Pai esse conhecido por nós como "ólorum" (deus supremo).

No brasil, erroneamente diz-se que oxalá é o pai maior. Na verdade oxalá é o mais velho* e respeitado entre os orixás.

A grande maioria das nações africanas anterior a era cristã, conheciam a existência de ólorum como grande criador, ser fundamental.

Acreditamos que nosso deus "é o todo". E o todo é a natureza e seus integrantes, (animais, vegetais,homens,planetas,etc.).

Nota: olorum está acima da vaidade pessoal e de religiões que buscam sempre monopolizar o seu poder.

Nosso deus jamais pune seus filhos tão pouco condena-os a fogueira eterna, também nunca os entregou ao seu maior inimigo (satanás) após cometer erros divinos chamado de pecados eternos, nosso deus não destrói países e não aniquila civilizações de filhos amados por ciúmes quando não adorado, amado ou seguido...
Como pai, jamais deixaria de perdoar meus filhos, tão pouco condenaria-os ao extermínio por erros que cometem ou possam cometer.

O verdadeiro pai perdoa, ensina, ama e protege seus filhos.
Portanto nosso deus é um pai mais perfeito que qualquer outro pai...

Como já havíamos comentado, nosso panteão nada mais é que a junção das energias de todo os elementos da natureza, cada elemento da natureza é por nós representado por um orixá...

Aprendemos a sentir e manipular essas energias individualmente através de cada orixá, os filhos (iawos) nascidos sobre a influência do orixá detém mais energia do seu influente que os filhos de outros orixás.

Exemplo: os filhos de ossain possuem mais energia voltada para as curas e plantas do que os filhos de oxum que possuem por sua vez mais energia voltada a sentimentos, a magia etc.

Em resumo, quase todos os orixás tiveram uma curta passagem pelo nosso mundo, após fatos heróicos ou divinos, encantaram-se e retornaram ao orum (céu), deixando para nós, segredos e ensinamentos, encurtando a ligação do material ao espiritual. Ligação essa, que nós preservamos e usamos não só para nós, mas também para as pessoas que nos procuram, mesmo sem ter ligações diretas com a religião.

Em nossa religião, é fundamental a integração com a natureza, pois quanto maior o contato com a natureza, maior será seu desenvolvimento, sua energia, seu axé e, portanto, maior será o cordão (elo) de ligação com seu orixá aproximando mais de olorum(deus criador/construtor de todo o universo.
Finalizando: energia = natureza; natureza = orixá; orixá = poder.

Fonte:http://www.orixas.com.br

Sobre Nossos Caboclos Boiadeiros


Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm algumas dificuldades de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos. São sérios, mas gostam de festas e fartura. Gostam de música, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças por essas terras de meu Deus. Os Boiadeiros também são conhecidos como “Encantados”,pois segundo algumas lendas, eles não teriam morrido para se espiritualizarem, mas sim se encantados e transformados em entidades especiais. Os Boiadeiros também apresentam bastante diversidade de manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos de Boiadeiros, sendo que alguns até trabalham muito próximos aos Exus. Suas cantigas normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo gostoso e vibrante. São grandes trabalhadores, e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual. Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade. Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções. Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática dada magia na terra. Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta como os Pretos-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o “dispersar de energia” aderida a corpos, paredes e objetos. É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha “sempre” atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos). Quando bradam altoe rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim “limpam” o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações. Esses espíritos atendem aos boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina. Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ”e no descarrego e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, como os Exus. Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes. Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. “Gostar” para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele “filho”. Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa. Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles. Dentro dessa linha a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc… Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.

Sua saudação: Getruá Boiadeiro, Xetro Marrumbaxêtro

FONTE:http://www.assemacuritiba.com

De volta pra Casa...


Não posso negar que estava desacostumado com rítimo da casa , como sempre era dia de festa e com certeza teriamos muito trabalho. A casa estava cheia de filhos e aos poucos chegavam os demais. ...Agô Ilê!! Colofé meu pai!!
Limpar e organizar é requisito primário para um bom dia de trabalho.É tudo muito harmonioso, tudo no seu devido lugar. O que tinha de fazer era entrar na sintônia com a casa. Estar de volta a tudo isso, me trousse um bem estar exclusivo e percebo que mudei meu comportamento perante a casa. De verdade, estou amadurecendo minha espiritualidade e acredito que o entendimento da religiosidade depende do nosso comportamento, cada um estar pra somar, faça de coração e receberá o retorno...Foi mágico rever meus irmãos reunidos, mães que me criaram e que me acalentou a todo instante,( Ê parêi Oyá... Odo Iyá minha mãe...). A casa está em sintônia com Bejí alegre e jovial como sempre. Apesar de ter vivido tudo isso no passado, tudo era muito novo a minha volta. Retornar me fez perceber o quanto é importante a experiência religiosa, e que só através da prática poderia se obter um conhecimento real.
E assim estou de volta na casa de Odé (Okê Arô!!) Colofé meu pai e meus irmãos; Colofé mães e pais da casa.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Oduns


Segundo as lendas do Candomblé africano, os Odus representam os destinos criados por Olorum, com todas as características da vida cotidiana e baseados no comportamento e temperamento humano. Então os Odus, seriam os arquétipos do destino que regem cada Orixá, que por sua vez, regem cada homem sobre a terra.

São 16 os Odus principais, e as combinações entre eles geram 256 combinações mais específicas.

1 - OKANRAN MEJI - a disciplina e teimosia
Regente: Exu
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODU são inteligentes, versáteis e passionais, com enorme potencial para a magia. Seu temperamento explosivo faz com que raras vezes atuem com a razão. Têm sorte nos negócios. No amor, extremamente sedutoras, são muito inconstantes e mentem com facilidade. As mulheres têm como ponto vulnerável o útero.

2 - EJIOKO MEJI - a incerteza e a indecisão
Regente: Ogum com influências dos Ibejis e de Obatalá
Elemento: Ar
Pessoas com esse Odu são intuitivas, joviais, sinceras e honestas. Revelam grande combatividade, mas não sabem conviver com derrota. Apesar de volúveis no amor, são muito ciumentas. Devem controlar obstinação e ter cuidado com a vesícula e com o fígado, seus pontos vulneráveis.

3 - ETAOGUNDÁ MEJI - a perseverança e a obstinação
Regente: Obaluaê com influência de Ogum
Elemento: Terra
Pessoas com esse ODU em geral vêem seus esforços recompensados. Costumam vencer na política e conseguem obter grandes lucros nos negócios, particularmente nas atividades agrícolas, mas podem sofrer desilusões no amor e traições dos amigos. Emocionalmente inconstantes, estão propensas a ter problemas espirituais e físicos, embora na maioria dos casos consigam se recuperar com facilidade de qualquer doença. Seus pontos vulneráveis são os rins, as pernas e os braços.

4 - IROSSUN MEJI - a tranqüilidade
Regente: Oxossi com influência de Xangô, Iemanjá, Iansã e Egum.
Elemento: Terra
Pessoas com esse ODU são generosas, sinceras, sensíveis, intuitivas e místicas. Têm grande habilidade manual e podem alcançar sucesso na área de vendas. Entre os aspectos negativos estão a tendência a sofrer traições amorosas e a propensão a acidentes. Muitas vezes são vítimas de calúnias e da perseguição dos seus inimigos. Também precisam cuidar da alimentação, pois seu ponto vulnerável é o estomago.

5 - OXÊ MEJI - a fama
Regente: Oxum com influências de Iemanjá e Omulu
Elemento: Água
Pessoas com esse ODU têm mão de magia, força e proteção espirituais, religiosidade e uma inclinação especial para o misticismo e as ciências ocultas. São ótimos professores e se destacam em qualquer atividade que exija liderança, mas precisam aprender a controlar sua vaidade e seu egocentrismo. Outro aspecto negativo é a tendência a se vingar quando estão com raiva. Seus pontos vulneráveis são o aparelho digestivo e o sistema hormonal.

6 - OBARÁ MEJI - a riqueza e o brilho
Regente: Xangô com influências de Exu, Iansã, Oxossi. Oçanhe e Logunedê
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODU têm grande proteção espiritual e costumam vencer pela força de vontade, especialmente em profissões relacionadas à Justiça. Mas são com freqüência vítimas de calúnias e não têm sorte no amor. Devem aprender a silenciar sobre seus projetos e a determinar por onde começá-los. Seu ponto vulnerável é o sistema linfático.

7 - ODI MEJI - o rancor e a violência
Regente: Obaluaê com influências de Exu, Oxalufam e Oxumarê.
Elemento: Terra
Pessoas com esse ODU são ambiciosas e costumam ser bem sucedidas na sua profissão, mas a indecisão as leva a não concluir muito dos seus projetos. Quando a fé as impulsiona, porém, ultrapassam todas as barreiras. Sonham com o poder e adoram se divertir, às vezes, provocam enormes confusões. Não têm sorte no amor. Seus pontos vulneráveis são os rins, a coluna e as pernas.

8 - EJONILÊ MEJI - a impaciência e a agitação
Regente: Oxaguiã com influências de Xangô, Oxum e Oxossi.
Elemento: Ar
Pessoas com esse ODU são dedicadas e honestas e levam uma vida quase sem sofrimentos. Mas estão sujeitas a acidentes graves. Amam com intensidade e têm amizades sinceras. Quando são repudiadas ou sofrem uma traição, podem se tornar vingativas. Devem evitar o consumo de álcool e de carne vermelha e se vestir de branco nas sextas-feiras. Seu ponto vulnerável é o sistema nervoso central.

9 - OSSÁ MEJI - a desconcentração
Regente: Iemanjá com influências de Xangô, Oçanhe, Oxossi e Iansã.
Elemento: Água
Pessoas com esse ODU são líderes natas, mas seu autoritarismo lhes cria sérios problemas, inclusive conjugais. O instinto protetor e a religiosidade também as caracterizam. Seus pontos vulneráveis são os conflitos psicológicos e, no caso das mulheres, os problemas ginecológicos.

10 - OFUN MEJI - os problemas de saúde
Regente: Oxalufam com influências de Xangô e Oxum
Elemento: Ar
Pessoas com esse ODU são inteligentes, fiéis e honestas, capazes de dedicar atenção total ao seu amor. Têm amigos sinceros e elevada espiritualidade. Em contrapartida, mostram-se muito teimosas e tendem a sofrer perseguições e desilusões amorosas. Seus pontos vulneráveis são o estomago e a pressão arterial.

11 - OWRYN MEJI - a ansiedade
Regente: Iansã com influências de Exu, Oçanhe e Egum.
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODU têm imaginação fértil, boa saúde e vida longa, mas as más influências e a falta de fé as levam a enfrentar dificuldades materiais e a só alcançar o sucesso depois de grandes sacrifícios. São muito volúveis no amor. As mulheres geralmente fracassam no primeiro casamento, mas acabam encontrando a felicidade. Devem evitar a bebida e outros vícios. Seus pontos vulneráveis são a garganta, o sistema reprodutor e o aparelho digestivo.

12 - EJI-LAXEBARÁ - a justiça e o discernimento
Regente: Xangô com influências de Logunedê e Iemanjá
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODU têm o dom de convencer os outros. Dotadas de grandes qualidades espirituais, são bondosas, justas e prestativas, embora às vezes se mostrem arrogantes. Apaixonam-se com facilidade e são muito ciumentas. Devem evitar bebida e podem ter problemas judiciais ou relacionados à perda de bens. Seu ponto vulnerável é a circulação sanguínea.

13 - EJIOLIGIBAN MEJI - a tranqüilidade e a concentração
Regente: Nanã com influência de Obaluaê
Elemento: Terra
Pessoas com esse ODU aceitam com resignação os sofrimentos físicos, emocionais e espirituais, conscientes de que todas as situações da vida são transitórias. Além disso, sua profunda fé termina por lhes assegurar vitória. Não têm muita sorte no amor. Dotadas de mão de cura, se destacam nos serviços médicos e de assistência psicológica e nas terapias alternativas. Seus pontos vulneráveis são o baço e o pâncreas.

14 - IKÁ MEJI - o conhecimento e a sabedoria
Regente: Oxumarê com influências de Oçanhe e Nanã
Elemento: Água
Belas e sensuais, as pessoas com esse ODU têm aparência juvenil e forte poder de sedução. Vivem paixões arrebatadoras, mas passageiras e estão sempre em busca de novos amores. Possuem talento para a magia e enorme força espiritual, que se manifesta através do olhar. Enriquecem com facilidade e se destacam na vida profissional e social, mas são desconfiadas e propensas a ter conflitos psíquicos. Seu ponto vulnerável são as articulações que podem lhes causar problemas de locomoção.

15 - OGBEOGUNDÁ MEJI - o discernimento total
Regente: Oba com influências de Eua
Elemento: Água
Pessoas com esse ODU são valorosas, combativas e imparciais, mas costuma sofrer desilusões amorosas, o que acentua sua agressividade e seu sentimento de rejeição. Têm saúde frágil: estão sujeitas a problemas nos olhos, ouvidos e pernas e a distúrbios do sistema neurovegetativo.

16 - ALÁFIA ONAN - a paz
Regente: Ifá
Elemento: Ar
Calmas, racionais e espiritualizadas, as pessoas com esse ODU têm domínio sobre suas paixões. São excelentes nas áreas de vendas e de artesanato, mas desistem facilmente dos seus projetos e perdem o interesse por aquilo que já conquistaram. Estão sujeitas a problemas cardiovasculares, psíquicos e de visão.

Os Odus e os Elementos:

Terra
Irosun, Egi Laxeborá, Iká Ori e Obará.
Representam o caminho da tranqüilidade e da riqueza.

Água
Egi Okô, Ossá, Egi Ologbon e Oxé.
Representam o caminho da dúvida ao triunfo.

Ar
Onilé, Ofun, Obé Ogundá e Aláfia.
Representam o caminho da indecisão até a paz.

Fogo
Okaran, Odi, Owanrin e Eta Ogundá.
Representam o caminho da insubordinação até a guerra.

Pequena Lenda de Ifá:
Diz-se que, nos primórdios dos tempos, não existia separação entre o céu e a terra (Orum-Aiyé) e que havia uma convivência íntima entre os orixás e os seres humanos; todos podiam ir ao Orum e voltar quando desejassem. Porém certo dia, o homem desonrou seu compromisso com Olorum, pecou contra o supremo ao tocar o que não podia ser tocado ou comer o que não podia ser comido. E assim, o mesmo dividiu o céu e a terra. O privilégio da livre comunicação desapareceu em troca das diferentes formas oraculares estabelecidas e legadas por Orunmilá. Odus (signos de ifã), são presságios, destinos, predestinação. Os Odus são inteligências siderais que participaram da criação do universo; cada pessoa traz um Odu de origem e cada orixá é governado por um ou mais Odus. Cada Odu possui um nome e características próprias e dividem-se em “caminhos” denominados “Ese” onde está atado a um sem-número de mitos conhecidos como itàn ifá.

Para Saber Mais:
PRANDI,
Reginaldo - Ifá, o Advinho. Companhia das Letras
ONIDAJO, Omiran - Leitura da sorte na Umbanda e no Candomblé. PallasEditora
PRANDI, Reginaldo - Café Filosófico - Agir pela advinhação: O Jogo de Ifá. Log On/Culturamarcas

INTOLERÂNCIA X FÉ


INTOLERÂNCIA X FÉ

A intolerância religiosa não está distante de nós, está presente no tempo. Não podemos simplesmente ignorar tal realidade. Nosso compromisso com a paz na terra começa no nosso dia-dia, dentro de nós, na nossa própria casa, no relacionamento com nosso próximo. Por tanto se faz necessário seguirmos todos a regra da filosofia, comum a quase todas as religiões: “Não façamos ao outro o que não queremos que seja feito a nós mesmos”.Mas a intolerância continua presente, desafiando a lei dos homens e a vontade do Criador. As religiões afro-brasileiras têm sido as principais vítimas dessa intolerância.
Terreiros de umbanda e candomblé são os locais de culto das religiões de base africana, tão sagrada quanto qualquer outro templo, ou qualquer religião. Porém, esses terreiros têm sofrido constantes ataques, em diversos pontos do Brasil. Seus templos, suas raízes e seus símbolos são marginalizados e destruídos, seguidores e simpatizantes da religião, são chamados de “adoradores do diabo” e suas celebrações e festas religiosas, são interrompidas de forma desrespeitosa, por pessoas de outras religiões.
Vale ressaltar a todos os seguidores das religiões afro no Brasil (Umbanda e do Candomblé), que o terreiro é um templo sagrado, ninguém de nenhuma religião ou crença, gostaria que tamanha violência fosse cometida contra seu próprio templo. Quem discrimina assim o seu semelhante comete, além de intolerância religiosa, comete um crime e o pecado chamado racismo. Racismo é crime porque assim diz a lei, e pecado porque o criador, conforme nos ensinam a todas as religiões, fez o homem e a mulher à sua imagem e semelhança usou até areia de todas as cores, como afirmam algumas tradições, para deixar bem claro que todas as cores, que todos os seres humanos são iguais.
Nossa história de colonização está marcada por lutas e dizimação de povos e culturas, tudo isso se deve ao abuso de poder e principalmente pela intolerância de outras culturas que aqui chegaram. A chegada do negro africano nas terras ainda “sem dono” demonstra de forma crua toda essa realidade que ainda nos acerca. Diversos povos africanos quando foram arrancados de sua terra natal, jogados em navios negreiros e escravizados no Brasil, mulheres e homens africanos tratados com tamanho desrespeito. Contudo resistiram, mantendo sua religião, sua fé em Olorum (o Criador) e em outras divindades. Perderam quase tudo, sua família, sua liberdade, suas vidas, mas não suas raízes, firmemente enraizadas na ancestralidade. Além de território sagrado, todos os terreiros de Umbanda e Candomblé são locais de resistência e preservação cultural, guardiões e mantenedores da memória de um povo que transformou todo o seu sofrimento em uma resistência que se perpetua ao longo dos tempos.
Tudo isso reforça e confirma que religião, fé e crença, são caminhos pessoais que se moldam com o tempo, entre a consciência e o espírito. O que cabe aos outros seres humanos, aos irmãos, é respeitar a escolha e a liberdade de cada ser.


“Ninguém nasce odiando
outra pessoa pela cor de sua
pele, por sua origem
ou ainda por sua religião.
Para odiar, as pessoas
precisam aprender;
e, se podem aprender
a odiar, podem ser
ensinadas a amar.”
(Nelson Mandela)

Trecho retirado da Cartilha: Diversidade Religiosa e Direitos Humanos

Candomblé


Candomblé, culto dos orixás, de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-brasileiras praticadas principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo, mas também em outros países como Uruguai, Argentina, Venezuela, Colombia, Panamá e México. Na Europa: Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.

A religião que tem por base a anima (alma) da Natureza, sendo portanto chamada de anímica, foi desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos da África para o Brasil, juntamente com seus Orixás/Inquices/Voduns, sua cultura, e seu idioma, entre 1549 e 1888.

Embora confinado originalmente à população de escravos, proibido pela igreja católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888. Estabeleceu-se com seguidores de várias classes sociais e dezenas de milhares de templos. Em levantamentos recentes, aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5% da população total) declararam o candomblé como sua religião. Na cidade de Salvador existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-brasileiros. Entretanto, na cultura brasileira as religiões não são vistas mutuamente como exclusivas, e muitos povos de outras crenças religiosas — até 70 milhões, de acordo com algumas organizações culturais Afro-Brasileiras — participam em rituais do candomblé, regularmente ou ocasionalmente. Orixás do Candomblé, os rituais, e as festas são agora uma parte integrante da cultura e uma parte do folclore brasileiro.
O Candomblé não deve ser confundido com Umbanda, Macumba e/ou Omoloko, outras religiões afro-brasileiras com similar origem; e com religiões afro-americanas similares em outros países do Novo Mundo, como o Vodou Haitiano, a Santeria Cubana, e o Obeah, em Trinidade e Tobago, os Shangos (similar ao Tchamba [3][4] africano, Xambá e ao Xangô do Nordeste do Brasil) o Ourisha, de origem iorubá, os quais foram desenvolvidas independentemente do Candomblé e são virtualmente desconhecidos no Brasil.

Candomblé é uma religião monoteísta, embora alguns defendem que cultuem vários deuses, o deus único para a Nação Ketu é Olorum, para a Nação Bantu é Zambi e para a Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária e em virtude do sincretismo existente no Brasil a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja Católica.

Os Orixás/Inquices/Voduns recebem homenagens regulares, com oferendas, cânticos, danças e roupas especiais. Mesmo quando há na mitologia referência a uma divindade criadora, essa divindade tem muita importância no dia-a-dia dos membros do terreiro, como é o caso do Deus Cristão que na maioria das vezes são confundidos.

O Candomblé cultua, entre todas as nações, umas cinquenta das centenas deidades ainda cultuadas na África. Mas, na maioria dos terreiros das grandes cidades, são doze as mais cultuadas. O que acontece é que algumas divindades têm "qualidades", que podem ser cultuadas como um diferente Orixá/Inquice/Vodun em um ou outro terreiro. Então, a lista de divindades das diferentes nações é grande, e muitos Orixás do Ketu podem ser "identificados" com os Voduns do Jejé e Inquices dos Bantu em suas características, mas na realidade não são os mesmos; seus cultos, rituais e toques são totalmente diferentes.

Orixás têm individuais personalidades, habilidades e preferências rituais, e são conectados ao fenômeno natural específico (um conceito não muito diferente do Kami do japonês Xintoísmo). Toda pessoa é escolhida no nascimento por um ou vários "patronos" Orixás, que um babalorixá identificará. Alguns Orixás são "incorporados" por pessoas iniciadas durante o ritual do candomblé, outros Orixás não, apenas são cultuados em árvores pela coletividade. Alguns Orixás chamados Funfun (branco), que fizeram parte da criação do mundo, também não são incorporados.

fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Candombl%C3%A9

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Beijuim e Alfazema



Começou a 15 anos atrás, mas pareçe que foi ontem... Nunca vou esqueçer aquele cheiro forte de fragância cìtrica de bejuim e alfazema percorrendo todo o ambiente simples, mas impecável na sua organização e limpeza. A decoração ,os simbolos eram rústicos... Esteiras, peneiras, correntes e candieiros , de alguma forma expressava seu significado. Folhas e flores adornavam com singela sutileza.
Pessoas simples(filhos) vestidos de branco e com colares coloridos, supervisionava os últimos detalhes; homens, mulheres(netos), cada um no seu devido lugar. Pairava um silêncio escandaloso, que chegava a insurdecer. Então surgiu um som grave e agudo dos atabaques que chamavam todos, pois seria mais uma noite de trabalho na "Tenda Espirita São Miguel Arcanjo", cuja a entidade que iria trabalhar naquela noite, seria a grande conselheira e matriarca do terreiro: Vovó Joana!! Todos que estavam presentes ao pronunciar o nome da vovó, seus olhos brilhavam confirmando toda a admiração e respeito por ela... Através de seus ensinamentos, percorrir por outras terras, aprendi com ela que: "Pé que não anda, não dá topada".
Hoje, após 15 anos muita coisa mudou! Novas pessoas(filhos e netos),outro lugar,novos simbolos, variadas folhas e flores...tudo mudou!! Mas 2 coisas ainda permanecem da mesma forma: O brilho nos olhos de todos ao pronunciar o nome Vovó Joana e a fragância cítrica de beijuim e alfazema...

Alujá




Batida de tambor especial para Xangô.